DELIRIUM 2 # PANDEMONIO ** LAUREN OLIVER

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agora
Alex e eu estamos deitados em um cobertor no quintal do número 37 da rua
Brooks. As árvores parecem maiores e mais escuras que de costume. As folhas
estão quase pretas, tão entrelaçadas que encobrem o céu.
— Acho que não foi um bom dia para um piquenique — diz Alex, e só então
percebo que, é claro, não foi mesmo: não comemos nada da comida que trouxemos.
Aos nossos pés, no cobertor, tem uma cesta cheia de frutas quase estragadas,
cobertas por formiguinhas pretas.
— Por que não? — pergunto.
Estamos olhando para a teia de folhas lá em cima, compacta como uma parede.
— Porque está nevando.
Alex ri, e mais uma vez percebo que ele tem razão: está nevando, grandes
flocos cinzentos girando à nossa volta. Também está muito frio. Minha respiração
forma nuvens no ar, e colo meu corpo no dele, tentando me aquecer.
— Alex, me dê seu braço — digo, mas ele não responde. Tento me encaixar
no espaço entre seu braço e o peito, mas o corpo dele está rígido, não mexe. —
Alex — insisto. — Ei, estou com frio.
— Estou com frio — repete ele mecanicamente, mal movendo os lábios.
A boca está azulada e rachada. Ele fita as folhas sem piscar.
— Olhe para mim — peço, mas ele não vira a cabeça, não pisca, não se mexe.
Uma histeria começa a surgir dentro de mim, uma voz aguda que diz tem algo
errado, algo errado, e eu me sento e coloco a mão no peito dele, frio como gelo.
— Alex — digo, e depois solto um grito breve: — Alex!
— Lena Morgan Jones!
Desperto de repente, em meio a um coro de risadinhas abafadas….

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4 comentários:

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