TEMPESTADE DE VISÕES
Há muito tempo, quando o mundo era jovem, uma jovem vivia em uma aldeia pobre na fronteira de uma vasta e escura floresta. O rosto que ela via refletir no espelho d'água era glorioso em seu esplendor, e todos os homens da aldeia competiam por seus favores, cada um desejando-a como sua esposa.
A boa opinião que tinham dela só era igualada a que ela tinha de si mesma, e ela declarava que só se casaria com um homem a sua altura. Ela desprezou o ferreiro com seu rosto enegrecido, o lenhador com sua mão que faltava dedos, o guerreiro com seu tórax marcado de cicatrizes, o fazendeiro curvo de tanto arar a terra.
Ela tomou ao invés o primogênito do senhor local, um rapaz preguiçoso célebre por seu escuro e ondulado cabelo e profundos olhos azuis para satisfazer sua vaidade. Juntos eles rolavam na cama fazendo amor apaixonadamente e conversavam sobre a família graciosa que teriam. Antes de o ano terminar, ela viu seu ventre crescer com uma criança. Ela suportou, se é que uma mulher esperando um filho pode dizer que suporta, imaginando como ela apresentaria o filho do senhor, como um menino robusto que o ligaria a ela para sempre.
Mas na primavera, quando chegou o tempo de ter sua criança, ela deu a luz não a um saudável menino, mas a dois bebês, magricelos, chorosos e com as caras vermelhas. E o pior, olhando mais de perto, os dois bebês não se pareciam nem com ela ou com seu amado.
Eles não eram perfeitos. …
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